Tradicional na mesa do brasileiro, o café que a dona de casa compra no supermercado e leva para casa já está 6,49% mais caro para o consumidor em 2011, de acordo com a inflação oficial do governo, e o preço deve ficar ainda mais amargo nos próximos meses.
Segundo o diretor executivo da Abic (Associação Brasileira da Indústria do Café), Natan Herszkowicz, a bebida, que é consumida por 95% da população brasileira, só está mais cara por causa da conjunção de fatores: redução dos estoques, alta do consumo e safras ruins.
Herszkowicz explica que o preço atual da saca de café no mercado internacional, cujo padrão é de 60 kg, mais que dobrou de valor e atingiu o “maior preço nos últimos 50 anos no mundo”. "Os preços do café para o consumidor dependem muito do custo da matéria-prima, que é o grão do café. Os preços do grão aumentaram 123% nos últimos 12 meses. Em abril de 2010, uma saca de café de 60 kg custava R$ 250. Em abril de 2011, esse preço subiu para R$ 550".
Segundo o diretor da Abic, três motivos provocaram essa escalada no preço do cafezinho para o brasileiro: os estoques mundiais do grão, que estão muito baixos; o crescimento médio do consumo no país, entre 4% a 5% ao ano; e problemas climáticos em países produtores de café, como Colômbia, Costa Rica e Honduras.
Apesar da alta acumulada no ano, ele explica que o produto poderia estar muito mais pesado no bolso do consumidor e só não está porque a indústria segurou os preços nos últimos anos. No entanto, os preços não deverão se manter estáveis nos próximos meses. De acordo com Herszkowicz, a safra brasileira, que está começando, tende a ser menor que a do ano passado, então, a disponibilidade de grãos pode ficar apertada e, assim, os preços do café podem subir um pouco.